Para a primeira proposta de projecto escolhemos 7 palavras que serviriam de base para a nossa composição. Algumas delas são “moving”, “train”, “young” e “parents”. Como tal, pensamos automaticamente num comboio em movimento, tendo como imagem de fundo uma paisagem colorida e simples bem como um casal de idosos que, neste caso, representariam os pais (“parents”). No entanto, deparamo-nos com algumas dificuldades pois existiam certos elementos na paisagem que tornavam a composição um pouco “estranha” aquando da integração da imagem do comboio.
Percebemos então que a nossa tentativa de ser “literal” ao que a letra nos dizia, não estava a funcionar da melhor maneira, logo tentamos analisar a letra com um pouco mais de profundidade e tentar perceber o que poderíamos extrair do facto de a personagem querer manter-se jovem para sempre e não querer que o “comboio da vida” continuasse correndo a um ritmo tão alucinante. Pegando nessa ideia, centramo-nos na questão do “querer ser jovem para sempre”, o que nos induzia na questão do “Síndrome de Peter Pan” que já tínhamos percebido na aula anterior.
A partir desse ponto e das primeiras estrofes em que dizia “No I'm not color blind, I know the world is black and white. Try to keep an open mind but I just can't sleep on this tonight” começamos a “pensar” que a personagem, que sofria do "Síndrome de Peter Pan” não conseguia conviver em harmonia com essa ideia e, como tal, vivia num mundo interior agonizante que a impedia de verdadeiramente ser feliz, esperando incessantemente a vida do “comboio” que a levasse do mundo ao qual ela não queria pertencer, para, pela primeira vez, conseguir fugir da realidade sombria que a circundava para ser verdadeiramente feliz.
Desta forma, consolidada a ideia, decidimos colocar ma imagem de um quarto vazio, com um aspecto um tanto sinistro e funesto que condissesse com a mente perturbada da personagem, uma rapariga, colocada a um canto, numa expressão de agonia, sofrimento, introspecção. O comboio foi decidido ser colocado em grande plano, para transmitir a ideia de esperança, mudança, com cores vivas, a puxar para o vermelho para conferir a ideia que a felicidade e a alegria ainda são possíveis, apesar do quão perturbada a nossa realidade possa ser.
No que concerne à bolacha, optamos por não faze-la idêntica à capa ao CD, mas sim ligeiramente diferente. Se na capa decidimos representar a realidade visível – uma rapariga no seu quarto com o comboio a representar aquilo que ela quer da sua vida, a fuga de uma realidade obscura que a impede de verdadeiramente viver – no CD optamos por apresentar a realidade interior – um emaranhado de cor apresentados de forma desconexa, quase como uma mancha, que representa o interior da mente enevoada da rapariga, que decidimos apresentar em vários tons de azul por estar ligado com a cor do pensamento e da intelectualidade.
Contudo, além desse “pensamento”, dessa mente deturpada, colocamos também o comboio, representando aqui, uma vez mais, a esperança e conferindo a possibilidade que, por mais dura que a nossa realidade possa ser, há sempre meio de escapatória, há sempre forma de tentar mudar as coisas e tornarmos essa mesma realidade mais suportável.
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